Bolsa Família evitou 700 mil mortes no Brasil, revela estudo

Pesquisa publicada na The Lancet Public Health destaca impacto do programa na saúde pública com efeitos mais fortes entre crianças pequenas e idosos.
2025-06-02 16:04:00
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Um estudo publicado na revista The Lancet Public Health revelou que o Programa Bolsa Família, criado em 2003 pelo presidente Lula no seu primeiro mandato, evitou mais de 700 mil mortes e oito milhões de internações hospitalares no Brasil entre 2004 e 2019.

A pesquisa avaliou dados de 3.671 municípios, abrangendo mais de 87% da população do país, e mostrou que o programa, além de combater a pobreza, teve impactos significativos e duradouros na saúde pública.

A análise revelou que os efeitos mais expressivos do Bolsa Família foram observados entre crianças menores de cinco anos e idosos com mais de 70 anos. Nessas faixas etárias, os resultados apontaram uma redução de 33% na mortalidade infantil e uma queda de 50% nas internações hospitalares de idosos, especialmente em regiões com maior cobertura e adequação do programa.

“Verificamos uma redução significativa nas internações por causas sensíveis à atenção primária e uma queda importante na mortalidade infantil nas regiões com maior cobertura do programa”, destacou a pesquisadora de pós-doutorado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e uma das autoras do estudo, Daniella Cavalcanti.

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Integração com o SUS

De acordo com o estudo intitulado “Efeitos do programa brasileiro de transferência condicionada de renda na saúde ao longo de 20 anos e projeções até 2030”, o Bolsa Família provou ser um instrumento de transferência de renda fundamental de promoção da saúde e justiça social para o povo brasileiro.

O levantamento indica que os resultados são ainda mais vigorosos quando o programa é implementado com alta cobertura e quando as famílias atendidas têm maior valor médio transferido.

“O resultado da pesquisa é muito animador, pois mostra que o Bolsa Família também é muito eficiente e traz ótimos resultados na área da saúde. Também nos mostra que as políticas sociais são fundamentais para uma população mais saudável, com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) trabalhando integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, avaliou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias.

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Redução de desigualdades

A secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, reforçou que os resultados do estudo evidenciam o papel do Bolsa Família como ferramenta essencial para proteger a vida e promover a dignidade.

Ouça o boletim da Rádio PT:

Segundo ela, a transferência de renda aliada ao acompanhamento das condicionalidades de saúde como vacinação, monitoramento nutricional infantil e pré-natal das gestantes, tem se mostrado uma estratégia eficaz para reduzir desigualdades e garantir mais qualidade de vida para as famílias mais vulneráveis.

“Esses resultados reforçam nosso compromisso em integrar de forma ainda mais eficaz o programa com o SUS e com outras políticas públicas. No entanto, seguimos contando com o engajamento dos estados e municípios para enfrentarmos juntos os desafios que afetam tantas famílias brasileiras”, disse.

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Reconhecimento internacional

Além de consolidar os avanços na saúde e na proteção social, o estudo contribui para os objetivos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante sua presidência do G20.

Para o ministro Wellington Dias, o Bolsa Família é uma referência internacional e um exemplo de política pública eficaz para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os que buscam erradicar a pobreza e a fome até 2030.

“O estudo demonstra de forma ainda mais ampla o que a ciência tem mostrado ao longo dessas duas décadas do Bolsa Família: ele é mais que transferência de renda, é promoção da saúde, ferramenta de justiça social e referência internacional”.

A pesquisa foi conduzida por Rômulo Paes, do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz); Daniella Cavalcanti, da UFBA; Davide Rasella, da Universidade de Barcelona; e outros colegas.

É considerada a primeira avaliação abrangente dos impactos do Bolsa Família na mortalidade por todas as causas e em todas as idades ao longo de duas décadas de existência do programa.

Da Redação, com informações do MDS